Os velhos índios
das tribos da Amazônia contavam que a Lua, todas as vezes as vezes que
desaparecia por detrás das serras, escolhia uma jovem índia, transformando-a em
estrela, que passava a brilhar no céu.
Naiá, moça
indígena, filha de valente cacique, nascera branca como o leite, tendo bela
cabeleira, mais ruiva que as espigas de milho. Naiá desejava ardentemente ser
escolhida por Jaci ( a lua) para ser transformada numa estrela cintilante.
Mas a Lua não
ouvia seus pedidos e a moça, muito triste, começou a definhar. Os Pajés tudo
fizeram para curá-la, sem resultado.
Todas as noites,
a índia saía de sua oca, caminhando até amanhecer o dia, na esperança de ser
vista e escolhida por Jaci.
Certa noite,
quando já estava cansada de andar, Naiá, sentando-se à beira de um lago sereno,
viu a imagem de Jaci refletida no espelho das águas.
Atraída pela luz
da Lua, a índia atirou-se ao lago, desaparecendo. . .
Semanas e
semanas a jovem foi procurada pela gente da tribo. Naiá, porém, não reapareceu.
Jaci, a pedido dos peixes e da das plantas do lago, transformou-a numa estrela,
não para brilhar no céu, mas como estreladas águas, a bela flor que abre suas
longas pétalas à luz da Lua.
Fonte: livro de
estudo paraense, 2ª série,ano 1984.