Morava em nossa cidade de Soure, um casal que vieram de Portugal, logo se radicaram as margens do igarapé da bacabeira. O marido da portuguesa era fazendeiro na Ilha de Marajó, como sua fazenda ficava muito longe, o português chegava ficar mais de um ano sem ver a sua esposa em Soure.
A portuguesa era linda de pele bem branca, como sentia muita falta do marido, a mulher começou namorar com um serviçal bem negro. E o inesperado aconteceu, a portuguesa engravidou do negro.
Quando a mulher deu a luz a uma criança do sexo masculino, a parteira percebeu que o bebê era bem negro. Como o português era branco, claro que ele ia perceber que o filho não podia ser dele, por isso a parteira jogou-a no igarapé da bacabeira.
A criança não morreu como se esperava, ela mergulhou no mundo místico das profundezas das águas. Assim a criança foi se desenvolvendo, até que chegou o tempo de fazer o seu palácio no fundo do igarapé TAUCU, mais conhecido por Gruta ou Igarapé da Bacabeira, localizado em frente a praça NHEENGAIBA.
Neste igarapé, até a pouco tempo existia uma bacabeira, em seu tronco tinha um oco que falavam ser a morada da criança, e como o menino era negro, ficou conhecido como PRETINHO DA BACABEIRA.
O igarapé Taucu ia até ao meio da Praça do Abacaxi, era aterrado mas caia tudo, os moradores diziam que era o Pretinho que derrubava o aterro.
Todos os anos prefeitos que aqui passaram tinham que aterrar o igarapé, para não chegar perto das casas da vila da (COHAB), na terceira rua, próximo da praça do abacaxi, não passavam veículos motorizados devido a rua ser cortada pelo igarapé.
Acontece que o pretinho não era de muita conversa, todas as pessoas que passavam por aquele local não poderiam falar nada contra ele, pois se fizessem receberiam bofetões que chegavam derruba-las
Certo dia um homem que tinha chegado da pesca tarde da noite, estava fumando um cigarro despreocupado, quando foi convidado pelo pretinho para ajudá-lo puxar uma canoa, o pescador de nada desconfiava, ficou bravo com o garoto por estar de madrugada na rua, foi quando sentiu um tapa no rosto, outro, mais outro.
Com muita dificuldade, conseguiu se levantar, mas logo pegava outro tapa, o pretinho era muito ligeiro, já cansado e machucado,o pescador foi para casa ferido.
O igarapé Taucu foi aterrado, na gestão de um prefeito que, levou um pajé até o lugar, e pediu licença do pretinho para aterrar o local.
A bacabeira desapareceu, mas o Pretinho ainda existe e faz sua morada por perto do aterro.
As pessoas que acreditam no Pretinho, jogam garrafa cheia de cachaça, e no outro dia encontram a garrafa lacrada e vazia.
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